sábado, dezembro 24, 2005

CAPÍTULO X

Capítulo X

Não estavam à espera de outra coisa, pois não? Eu tenho boas ideias, mas vocês já sabem disso. A minha imaginação salva-me de todas as situações de desespero e mais uma vez aqui está a prova disso mesmo.
Saio do Fanicos e entro no Z3. Escrevo uma carta, endereço-a à Mena e ponho-a no porta-luvas. Arranco e eles vêm atrás de mim. Dou a volta ao quarteirão, entro para as traseiras do Fanicos e eles ficam lá fora. Vamos à cave, abrimos o alçapão e tiramos todos os sacos para fora.
_Lim. E se ficássemos com alguns sacos?
_É melhor não. Vamos levar tudo para não arranjarmos problemas.
Começamos a carregar os sacos para o Z3 e logo vimos que não iam caber todos. Nem nos tinha passado pela cabeça que o Z3 tinha uma mini-mala.
_E agora, Lim?
_Temos que arranjar um carro o mais rápido possível. Alguma ideia?
_Posso pedir à Mena o carocha dela. Deve caber tudo na mala e no banco de trás.
_Boa ideia. Liga-lhe.
_Tou! Mena?
_Olá anjo. Onde estás?
_Ainda estou ocupado, mas preciso da tua ajuda.
_Tudo o que quiseres.
_Preciso que me emprestes o teu carro.
_O meu carro?
_Sim, mas tem que ser já.
_Não o vais estragar, pois não?
_Não, amor. É por pouco tempo. Ainda te o devolvo esta noite.
_Passas aqui ou queres que vá ter contigo?
_Vem ter comigo ás traseiras do Fanicos.
_Dá-me só um minutinho. Até já, anjo.
_Até já.
_Porque é que combinaste aqui? Estás tolo?
_Não, man. Mas diz-me, se fosses a judite qual dos carros é que seguias quando saíssem dois ao mesmo tempo em direcções opostas?
_Boa miúdo. Estás a surpreender-me. Ela demora muito?
_Não. É uma questão de minutos.
Passados quinze minutos entra o carocha da Mena pelas traseiras do Fanicos. Ela sai do carro e beijamo-nos. Carregamos os sacos para a mala do carocha e depois para o banco de trás.
_De certeza que não me queres contar o que se passa, amor?
_É melhor não saberes de nada, Mena. É mais seguro para ti.
_O Lim tem razão, Paixão. Primeiro a tua segurança.
_Vão demorar muito?
_Um bocado, mas quando chegarmos vamos ter à tua casa para trocarmos de carro. Não te preocupes, amor.
_É difícil não me preocupar, mas não te esqueças de me ligar quando chegares à porta da minha casa, está bem?
_Está descansada que eu ligo. Até já, Paixão.
_Até já, amor.
O Lim não sabe, mas eu segredei no ouvido da Mena para ir ao porta-luvas do Z3. Acho que ela merece saber a verdade, afinal é a minha namorada e eu adoro-a. Escrevi no envelope para não o abrir antes das duas da manhã, pois se correr tudo bem estou com ela antes e assim escusa de abrir o envelope.
Entrámos para dentro dos carros e arrancámos. Mal saímos do Fanicos tivemos a surpresa de estarem dois carros da judite, o Peugeot 306 verde veio atrás de nós e um Renault Megane foi atrás da Mena.
_A judite foi mais esperta que o costume, Lim.
_É verdade. Vais ter que os despistar.
_Deixa comigo.
Começo a conduzir um bocado mais rápido e consigo ver a judite nos meus espelhos retrovisores sempre colados à minha traseira. Parámos num semáforo vermelho e a judite pára ao nosso lado. O Lim cumprimenta-os e eles respondem.
_Está uma linda noite meus senhores. O que fazem a pé a estas horas?
_Onde vais Lim? Porque não nos dizes já?
_Sabem, se eu não vos conhecesse diria que nos estão a seguir.a
_O melhor é chamarmos a polícia, man.
_Vocês são muito engraçados.
De repente o sinal abre para verde e eu arranco a toda a velocidade. A judite não estava à espera de tal arranque e fica uns metros para trás. Já vamos a cento e dez dentro da cidade, o carro foge-me de traseira em todas as curvas e a judite está a uns bons cinquenta metros atrás.
Estava na hora de me livrar destes gajos. Aqui há uns anos atrás, tinha imaginado uma maneira de me livrar de alguém que me estivesse a seguir e até agora nunca a tinha posto em prática.
Estamos a chegar à zona de maior movimento, para uma Sexta-feira à noite, e vamos a cem quilómetros por hora. A rotunda está a ficar cada vez mais perto e a judite está quase colada à minha traseira. Quando chego à rotunda puxo o travão de mão e guino para a esquerda, a judite tenta fazer o mesmo e ficam parados no meio das faixas da rotunda. Os carros estão todos a apitar e eu vou no sentido contrário. Exactamente contra eles e todos se desviam de mim. Consigo agora ver, pelo espelho retrovisor, os dois agentes fora do carro sem perceberem muito bem o que se tinha passado. Eu já não estou em sentido contrário, pois virei na primeira à esquerda e retomei à minha mão. Acelero agora para o local imposto, para debaixo da ponte junto ao rio.
Já se consegue ver a ponte lá à frente, vamos muito devagarinho atentos a tudo o que se passa à nossa volta, pois não queríamos ser surpreendidos.
_Lim! Olha ali umas luzes.
_Continua a esta velocidade e só paras quando estivermos a uns cinquenta metros daquele carro.
Estava um carro parado debaixo da ponte, não conseguíamos ainda ver qual era a marca nem quantos tipos estavam lá. Cem ... setenta ... cinquenta metros. Paro o carro e o Lim sai lá para fora. Eu saio a seguir a ele e consigo ver nas suas costas o formato de uma pistola.
O Lim estava armado, aliás eu também estava. Pois é, não tinha devolvido o punhal utilizado na recolha nocturna. Se desse para o torto também estávamos preparados.
_ E saia o gato. Vamos a isto.
Estamos os dois parados à frente do carocha quando de repente se acendem as luzes do carro que estava parado, as luzes ofuscavam-nos os olhos, pois eram muito fortes.
Não podia ser um carro, tinha que ser um jipe ou uma carrinha do género pickup. Sim, uma pickup do mesmo tipo que tínhamos usado na recolha nocturna. Estranho.
_Tragam toda a massa para aqui e não tentem nenhum disparate.
_Esta voz não é nada estranha, Lim. Tenho quase a certeza que é a do Pedro.
_Tem calma. É melhor fingirmos que vamos obedecer e atacarmos só no momento certo.
Não conseguíamos ver quem nos estava a dar ordens devido à luz que nos feria os olhos. Pegamos em parte dos sacos e começamos a caminhar em direcção às luzes. Eu e o Lim íamos a conversar em voz baixa sobre quando seria a melhor altura para contra-atacar.
_Mais rápido. Não tenho a noite toda.
_Se nos ajudasses eras mais esperto, man.
_Está mas é caladinho que para ti tenho uma surpresa.
Cada vez estávamos mais perto das luzes, até que finalmente consigo ver a matrícula. Não restavam duvidas era a Nissan que tinha sido utilizada na recolha nocturna. Bandido do caraças, quer o produto todo para ele. Seria o Pedro ou o Filipe? Foram os dois deixar a Nissan no parque, qual é que teria ficado com as chaves? Em princípio seria o Filipe para dar as chaves ao primo, mas não sei porquê continuo a desconfiar do Pedro.
_Olá! Não estavam à minha espera?
_Pedro! Eu disse-te Lim.
_Pedro? Porquê?
_Comecem a carregar a Nissan e deixem as perguntas para o fim.
À medida que íamos carregando a Nissan com os sacos víamos o Pedro a apontar-nos uma arma com um sorriso na cara.
_Lim não achas que está na altura de fazermos alguma coisa?
_Já não.
_O que estão a segredar os dois? Vá lá que já faltam poucos sacos.
Não estou a entender o Lim, mas para mim esta é a altura certa para estragar os planos do Pedro.
_Pedro só preciso que me digas uma coisa. Como é que sabias do meu apartamento?
_Cá tenho os meus contactos. Não estás à espera que os revele, pois não?
Pego no último saco e caminho na direcção do Pedro. Olho-o nos olhos e sorrio. Ele responde-me com um ar trocista e mete a pistola na boca dele. Continuo a caminhar com o saco às minhas costas e sem desviar a direcção. Quando vou a passar por ele viro-me violentamente e acerto-lhe com o saco na cara.
_Toma!
_Haaaaa!
O Pedro deixa cair a pistola e cai agarrado à cara.
_Lim! Já o controlei.
_Tu és tolo miúdo? Podias nos ter morto.
O Lim vem para junto de mim com a arma dele na mão e aponta-a para o Pedro.
_Sabes o que mereces, Pedro?
_Antes de o matares quero saber como é que ele chegou à minha casa.
_Queres que te diga? Eu digo-te. Afinal eu disse-te que tinha uma surpresa.
O Pedro levanta-se com uma mão na cara e olha-me com uns olhos de raiva. Eu avanço para ele com o punhal e encosto-o ao pescoço dele.
_Não faças nenhuma estupidez miúdo.
_Eu sei o que faço Lim.
_Já te disse para não fazeres nenhuma estupidez.
O tom de voz do Lim estava diferente, mais elevado e sério. Volto-me e o Lim está a apontar-me a pistola.
_O que estás a fazer man? Aponta para ele Lim.
_Tem calma que tudo vai correr bem.
_Estava a ver que nunca mais entrevias Lim. Tira a naifa daí antes que ele dispare.
_Alguém me quer explicar o que se passa? Lim porquê?
_Desde o início que eu e o Pedro tínhamos tudo combinado. O plano inicial era eliminar-te a ti e ao Gazela, mas devido à relação que mantinhas comigo, combinei com o Pedro que eliminávamos o Gazela e faríamos com que tu pensasses que o Pedro estava a agir sozinho e que nos tinha enganado a todos.
_Agora tudo encaixa, man. Foste tu que lhe disseste do meu apartamento. E naquele dia em que apareceu o segundo envelope como é que não te vimos?
_Nem me fales. Quase que dei de caras com o vosso amigo, mas felizmente fui a tempo de ir para as escadas e ele não me viu quando saiu do elevador.
_ Só tem uma falha o vosso plano?
_Ai sim? E qual é essa falha miúdo?
_Também vais ter que me eliminar depois de eu dar cabo do Pedro.
_O nosso plano não tem falhas. Tu nunca me vais eliminar depois de saberes onde está a tua querida Mena.
_A Mena? O que fizeram vocês com ela? Lim, se alguém tocou num fio de cabelo que seja dela eu mato-vos aos dois.
O Lim continuava muito calmo a apontar-me a sua pistola, enquanto que o Pedro estava com um ar desesperado e não parava de se tentar libertar de mim. Eu segurava as duas mãos do Pedro atrás das suas costas e continuava com o punhal encostado ao seu pescoço.
_Vamos, solta o Pedro e nada acontece à Mena. Neste momento é uma e meia da manhã, se daqui a quinze minutos não fizer um telefonema a Mena passa à história. Eu não quero isso e tu também não.
O Lim começa a caminhar na minha direcção, sempre com a pistola bem apontada à minha cabeça. O Pedro não para quieto e o meu coração está a bater cada vez mais acelerado.
De repente o Pedro dá-me um safanão ao tentar se escapar e o meu punhal enterra-se na sua garganta. Rapidamente pego nele e ponho-o à minha frente para fazer de escudo caso o Lim disparasse.
_Agora é que fizeste asneira miúdo.
O Lim dispara duas vezes e as balas enterram-se no corpo do Pedro que ainda soluçava sangue. Eu dou um salto para o chão e começo a rebolar pelo talude que vai dar ao rio. Ouço o som das balas que o Lim dispara furiosamente contra mim, mas felizmente nenhuma me acerta, apesar de algumas se enterrarem no chão muito perto de mim.
_Morre!
Paro de rebolar e fico agachado atrás de um arbusto. O Lim continua a disparar no escuro e começa a descer o talude à minha procura. Acho que o meu coração está tão rápido que me vai furar o peito. Ouço o Lim a chamar por mim. Cada vez está mais perto do meu arbusto e eu já nem respiro.
Deve estar a uns cinco metros de mim, até que pára. Está agora um silêncio de morte no ar. O Lim já não fala, não consigo ouvir os seus passos e começo a pensar que ele deve estar à espera que eu me mexa para me conseguir localizar. Eu bem espreito mas não se consegue ver absolutamente nada. Onde estará ele e o que estará a fazer?
_Podes levantar-te miúdo. Achei-te.
Olho para o meu lado esquerdo e consigo visualizá-lo a um metro de mim. Começo a ver mais nítido agora que a poeira já pousou e reparo que ele está de costas para mim. Será possível? Eu acho que sim. Não posso perder esta oportunidade para contra-atacar.
_Já te disse para te levantares, ou preferes ficar deitado para sempre.
Click! O Lim dispara mas está sem balas. Chegou a altura certa. Levanto-me sorrateiramente com o punhal em punho e no momento em que o vou a espetar nas suas costas, ele vira-se rapidamente e defende-se com o punhal dele.
_ Pelas costas traidor?
_Traidor? É preciso ter lata.
Começamos uma luta terrível. O Lim ataca-me com o punhal dele e dá-me um corte no peito. Eu respondo, mas ele é um excelente lutador e facilmente dá-me um soco com a mão esquerda, caio desamparado no chão e deixo cair o meu punhal. Ele vem para cima de mim e o punhal fica a uns escassos centímetros da minha cara. Estou a segurar nas mãos dele com as minhas duas mãos e sinto que não vou ter forças para aguentar muito mais tempo. Consigo ver a expressão de raiva presente nos seus olhos, nos contornos da sua cara e principalmente na ponta do punhal.
_Prepara-te para chegares ás portas do inferno.
_Lim está alguém atrás de ti.
_Pensas que caio nesse velho truque?
Nunca pensei que caísse, mas o certo é que se descuidou e distraiu-se por um momento. Com toda a minha agilidade e com forças saídas sabe-se lá de onde, largo as mãos do Lim, desvio a minha cabeça para o lado, o punhal espeta-se no chão e eu acerto com os meus dois punhos na cara dele. Pof! Incrível, o Lim está desmaiado em cima de mim. Não aguentou com a força do meu golpe. Empurro-o para o lado e levanto-me.
E agora? O que fazer? Eles têm a Mena e eu preciso de saber onde. O Pedro já era, mas o Lim ainda pode fazer o telefonema para a libertarem. O melhor é imobilizá-lo para quando ele acordar não me atacar mais.
Pego no punhal e corto uns pedaços da camisola do Lim. Ato-lhe as mãos atrás das costas e as pernas e os pés também. Arrasto-o para junto do carocha e meto-o lá dentro. Entro e arranco. Dirijo-me para cima da ponte e paro. Pego nele e levo-o para a berma da ponte.
_Acorda Lim.
Ao mesmo tempo que falo vou-lhe dando estalos para ver se ele desperta.
_Acorda Lim.
_O que fizeste? Porque é que estamos aqui?
_Onde está a Mena? Faz o telefonema para a libertarem.
_Só se me soltares.
Começo a incliná-lo para ele pensar que o vou atirar lá abaixo.
_Se não fizeres o telefonema largo-te. São quase duas horas da manhã.
_Então esquece já é tarde de mais. Solta-me, dividimos o dinheiro e eu desapareço.
Estou agora a abaná-lo, sinto-me descontrolado e com vontade de o largar.
_Faz a merda do telefonema senão largo-te.
_Já não vale a pena miúdo. É tarde de mais. O amor nem sempre está do lado da razão. Solta-me e vamos embora.
Aquela frase, “O amor nem sempre está do lado da razão”. A minha Mãe também já me disse isso. Será que eles têm razão? Se assim for só me resta uma solução.
Endireito o Lim e aproximo-me do ouvido dele.
_Adeus.
Largo-o e vejo o Lim a cair. Consigo ouvir a sua voz a afastar-se e por fim a estatelar-se no chão. Deve ter caído bem perto do Pedro.
Agora o melhor é desfazer-me dos dois corpos, meter a Nissan num parque e desaparecer com o dinheiro todo.
Começo a ouvir o som de sirenes e vejo as luzes da polícia a aproximarem-se.
Não sei que história lhes vou contar, nem entendo como é que eles vieram cá parar, mas isso agora não importa, pois perdi o que mais queria e também não tenho intenção de ser apanhado. Das duas uma ou fujo sem o dinheiro ou me atiro lá abaixo e ponho um ponto final em toda esta história. Sinto uma lágrima a escorrer-me pela cara. Estou agora a lembrar-me dos meus Pais, do Rui e principalmente da Mena. Sim, a Mena. Até a Mena eu perdi. O meu amor.
Aproximo-me da berma e vejo uma confusão de carros a pararem lá embaixo. Carros da polícia, uns à Paisana e outros com todas aquelas luzes azuis a rodopiarem. Muita gente fora dos carros. Polícias e enfermeiros por todo o lado. Está na hora de tomar uma decisão e a única que me passa pela cabeça é o meu nome. Sim, só me lembro da música do meu nome. É dos Lamb. Gabriel. Recordo agora a bela história do meu nascimento, como fui salvo pelo anjo Gabriel. A Mena adorava quando eu lhe a contava, por isso ela me tratava por anjo. Anjo Gabriel.
Salto. Abro bem os meus braços e ouço a música nos meus ouvidos. I can fly...
Enquanto caio consigo ver a Mena. Está viva. Está lá embaixo de joelhos a gritar por mim. A chorar. Fui enganado.
_Menaaaaaaaaaa!
_Gabriel! Anjo! Não!
Passa-me tudo pela minha cabeça. Os acontecimentos mais diversos da minha vida ofuscam os meus olhos como se alguém me estivesse a apontar um foco potentíssimo. A história do meu nascimento, os meus Pais, a Mena, a Tina, o Lim, o Rui, o meu primeiro cigarro, a minha maior moca, a morte do Gazela ... tudo o que de algum modo me marcou. Até que chega uma escuridão assustadora.
Esborracho-me no chão com violência tal, que não abro mais os meus olhos.
A Mena corre para mim. Agarra-me pelo pescoço, a chorar e aos gritos.
_Meu anjo! Porquê?
_Vamos menina afaste-se deixe passar os paramédicos.
Os paramédicos bem tentaram, mas o anjo que vivia em mim foi-se. Regressou aos céus de onde veio para me salvar, pois foi incapaz de voar sem as suas asas. Afinal eu não era anjo nenhum, pois não tinha asas, mentia, roubava e até matava. O mais parecido que eu tinha com um anjo era o amor. Sim, eu amava a Mena e ela nunca saberá porque é que saltei. Que a única razão foi pensar que a tinha perdido para sempre. Quem diria que a minha imaginação me pregaria tamanha rasteira e logo ela que me safou de tantas outras. A única certeza com que fiquei foi que o Lim e os meus Pais estavam errados. Se a razão nem sempre está do mesmo lado que o amor, devemos sempre agir segundo aquilo que o coração nos manda. E por mais voltas que a vida dê, por mais estranho e perigoso esteja o caminho por onde andámos, nunca ... nunca por fim à melhor coisa e mais preciosa que temos ... a nossa vida.

FIM